Transmigração

Transmigrar é passar (a alma) de uma forma ou veículo de manifestação da consciência para outra, seja em que plano for, com ou sem identificação ou lembrança da sua forma-de-ser anterior, de seu ego.

Morte, o morrer, é o nome que geralmente se dá à desvitalização completa do corpo físico. Mas, uma vez que não somos o corpo físico, nem mesmo o ego (personalidade) morto, o nome mais preciso para o fenômeno que tange a nós como consciência é transmigração.

Este corpo físico morre, mas não a alma. Esta transmigra. As religiões e filosofias reencarnatórias geralmente defendem que, antes do espírito reassumir uma forma “material” (no mesmo plano que o nosso ou em outro), passa por períodos em planos mais sutis. Isso é transmigrar. Voltar de um plano mais sutil a um mais denso também é transmigrar. Fundir-se ao Todo na Liberação final, após a iluminação, igualmente é transmigrar.

Eu transmigro, tu desencarnas, ele morre

A palavra desencarnar é correta e apropriada para nos referirmos ao ato da consciência deixar este corpo e este plano. Bem como a palavra equivalente para a transmigração de volta, reencarnar.

No Brasil, a palavra desencarnar talvez carregue um significado, ligado ao Espiritismo, de que o espírito desencarna e segue seu caminho como a mesma personalidade, o mesmo ego que tinha antes desse processo. E somente aí acreditamos que a palavra transmigrar difira sutilmente de desencarnar.

Todo espiritualista percebe a imprecisão e o “ceti-ceguismo” “científico” velado de manchetes jornalísticas como “Morre o Sr. Fulano”. De fato, o Sr. Fulano, essa personalidade nesse corpo que conhecíamos como Sr. Fulano, morreu, e não voltará a encarnar assim. Mas esse verbo morrer passa também a ideia do deixar de existir completamente, o que está errado, pois o que deixou de existir foi o corpo físico vivo e a personalidade da pessoa como conhecemos, no entanto a consciência prossegue. Morrer, ademais, é uma palavra que carrega um pesar, uma tristeza, uma perda, um luto – é uma palavra feia e imprecisa.

Se os jornais publicassem “Desencarna o Sr. Fulano”, passariam a ideia de que o Sr. Fulano deixou seu corpo falecido e de que segue por aí como Sr. Fulano. Mas talvez a consciência que siga não seja mais o Sr. Fulano, essa personalidade pode ser deixada para trás ou pode ser logo esquecida.

Acreditamos que a manchete mais adequada seja “Transmigra o Sr. Fulano”. Muitas vezes é uma bela notícia, transmigrar quando se cumpriu seu destino, quando merecia um plano mais adequado, ou quando as alegrias da vida não sobrepujam ou compensam mais as dores, quando esse estado é irreversível e progressivo.

E para quem alegar que não temos certeza de que essa consciência transmigrou, podemos afirmar que também não temos certeza de que ela morreu! Se quiserem continuar usando a palavra morte e o verbo morrer, seria mais preciso e científico fazê-lo assim: “Morre o corpo físico do Sr. Fulano”, pois é só isso que, com certeza, sabemos!

Pesquise aqui referências a Transmigração no site.

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