Dharma (dhārma) / Dhamma

🔹 No budismo, utiliza-se a palavra dhamma, do idioma pali, que significa o mesmo que a palavra sânscrita dharma.

Existe uma lei da natureza, de transformação, de equilíbrio ou harmonia, de evolução e continuidade da vida e da existência. É o processo que vemos diante de nossos olhos todos os dias.

Dentro desse processo evolutivo, você também nasceu para evoluir, para se desenvolver, para alcançar o mais alto potencial possível nesta vida ou mesmo se autorrealizar. Ao longo de diversas vidas, e também desta, você tem realizado ações – que geram respostas do ambiente e dos seres -, que envolvem a experienciação de situações e aprendizados, que vão situando-lhe em diversos graus nessa escala natural e guiando-lhe naturalmente a outras experiências, dentro do seu processo.

De acordo com suas existências e ações pregressas – e atuais -, e também com a da própria hereditariedade ou mesmo de toda humanidade, você se liga a determinadas frequências que, entrecruzadas, indicam caminhos de sua própria evolução ou equilíbrio pessoal possível (sempre de maneira dinâmica, pois suas ações de hoje também estão interferindo ou trazendo novas frequências).

À essa lei natural pessoal dá-se o nome de dharma. Diria-se que é o caminho de vida mais indicado ou harmônico ou evolutivo para você.

Não há de haver preocupação neste ponto: você sabe que está cumprindo o seu dharma, que tem seu valor evolutivo de uma forma ou de outra, por indicações simples como o fato de estar feliz ou realizado nesta vida, com o que está fazendo, seja no trabalho ou em outros momentos.

E o contrário também se aplica: se estamos sempre com a sensação de estar “lutando contra a maré”, é hora de rever nosso modo de vida, pela própria busca de bem-estar e ou realização que te levará a seu caminho – e deveríamos fazer isso independentemente de nos preocuparmos com o dharma, é algo natural (veja que nem sempre o natural é “seguir o fluxo”, que muitas vezes torna-se acomodação).

Assim, dharma é um conceito um pouco complexo de se transcrever, é como um dever (mas não é bem dever), é ação correta (que nem sempre pode aparentar correta ou boa), é como uma lei (mas não é lei escrita por homens), que costuma ser justa (mas nem sempre entendemos a justiça universal), etc.

O dharma de uma pessoa pode estar relacionado aos filhos, à educação de futuras gerações; o de outra pode estar relacionado à autorrealização, pois a evolução final dos seres, para o qual o dharma a leva, é a emancipação da própria roda do karma e do dharma.

Dharma universal

Dharma é a lei natural eterna pela qual o universo é conduzido. O dharma universal conduz à felicidade (ou realização) de todos os seres.

O dharma individual é o caminho a ser percorrido e os “deveres” a serem cumpridos nesta vida, de acordo com o estágio espiritual de cada um e em consonância com o dharma universal ou lei cósmica.

Dharma é o viver harmônico com a lei de evolução universal. Cada pessoa, em cada vida, tem seu próprio dharma, fruto de suas ações passadas, que muitas vezes pode ser percebido intuitivamente quando ela executa ações que estão conduzindo-a por este seu caminho mais propício.

Em modo geral, nosso “dever” para com os outros é ajudá-los, fazer bem a eles. Mas as formas dessa ação social costumam variar drasticamente de acordo com cada pessoa e situação.

Cada um tem seu dharma

“É melhor cumprir imperfeitamente o próprio dharma do que cumprir perfeitamente o dharma de outra pessoa. É melhor a morte no cumprimento de seu dharma, pois o dharma alheio está sobrecarregado de temor e perigo.”

Bhagavad Gita 3.35

Isso nos ensina:

  • que devemos encontrar nosso próprio caminho, e não achar que o caminho de outra pessoa é o melhor para nós porque foi o melhor para ela. E cumprir nosso caminho e eventuais deveres ou ações que nos digam respeito, seja em nossa casa, sociedade ou em nossa própria vida.
  • igualmente, não tentar impor aos outros o mesmo caminho que o nosso. E, ao contrário, ao perceber que a pessoa está se esforçando para encontrar e seguir seu dharma, encorajá-la. Se oportuno for, aconselhá-la, mas nunca no intuito de impor a ela uma direção, mas para dar-lhe recursos para encontrar dentro de si seu caminho.
  • a reconhecer que conforme as condições de vida, tempo e ambiente os caminhos podem variar. Não devemos julgar a ação alheia com base em nossas percepções atuais: muitas vezes ações executadas em épocas longínquas hoje para nós parecem barbárie, mas muitas vezes podem ter sido a ação correta a se fazer naquela situação. Muitas vezes fomos nós mesmos quem as executou e por esse motivo hoje estamos aqui com maior consciência de evolução.

Assim, não existe ação honesta que seja mais ou menos importante do que outras: do mais humilde dos trabalhos braçais ao mais avançado pesquisador científico, do menor empregado ao maior patrão, do que se dedica ao trabalho religioso àquele que possui trabalhos mundanos, todos estão caminhando, mais ou menos conscientemente, para a autorrealização através da experienci-ação. E o que nosso dharma nos pede é que descubramos e façamos nossas ações de maneira espiritualmente evolutiva.

Ninguém deve ser julgado pela mera natureza de seus deveres, mas todos devem ser julgados pela forma e pelo espírito com que os cumprem.

Swami Vivekananda, em Karma Yoga – o caminho da ação

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