Mahabharata – O Grande Reino Bharata

➡️ Maha: grande.
➡️ Bharata / Bharatavarsha (➡️ varsha [varṣa]: uma divisão do mundo; continente): é o nome de um antigo reino e região que abrangia boa parte ou todo subcontinente indiano, onde hoje situam-se a Índia, o Paquistão e possivelmente todo ou áreas do Nepal, Tibete e Butão (por conta das referências aos Himalaias). Algumas fontes citam que sua abrangência se estenderia a territórios do Afeganistão, Bangladesh e até Myanmar. No épico Ramayana, a “margem sul de Bharatavarsha” é citada como estando acima da ilha do Sri Lanka, o qual não faz parte de Bharatavarsha.
Seu nome vem do Rei Bharata, filho de Rishabha, antigo ancestral dos Kurus.
Bharata ou Bharatavarsha foi reafirmado em 1950 como o nome da Índia, juntamente com este atual, dado por estrangeiros.
Somente “Bharata” também foi o nome que se deu à versão mais curta deste épico, composta de 24 mil versos (contra 74 mil do Mahabharata).

Mahabharata” (Mahābhārata): além de O Grande [Reino] Bharata (hoje seria algo como A Grande Índia), o título pode ser entendido também como Os Grandes Bharata ou O Grande [Épico do(s)] Bharata, considerando ser a versão estendida do épico Bharata. Tudo isso é o significado aberto ou exotérico da obra.

O Mahabharata é um dos dois maiores épicos sânscritos da Índia antiga, sendo o outro o Ramayana. Ele narra a luta entre dois grupos de primos na Guerra de Kurukshetra e os destinos dos príncipes Kaurava e Pandava [filhos de Pandu] e seus sucessores.

Ele também contém material filosófico e devocional, como uma discussão sobre os quatro “objetivos da vida” ou purushartha (12.161). Entre as principais obras e histórias do Mahabharata estão o Bhagavad Gita, a história de Damayanti, a história de Savitri e Satyavan, a história de Kacha e Devyani, a história de Rishyasringa e uma versão abreviada do Ramayana, muitas vezes considerada como obras em seu próprio direito.

Tradicionalmente, a autoria do Mahabharata é atribuída ao [rishi] Vyasa. Houve muitas tentativas de desvendar seu crescimento histórico e camadas composicionais. A maior parte do Mahabharata foi provavelmente compilada entre o século III aC e o século III dC, com as partes preservadas mais antigas não muito mais antigas do que cerca de 400 aC. (…) O texto provavelmente atingiu sua forma final no início do período Gupta (c. Século IV dC).

Wikipedia(EN) » Mahabharata (tradução)

O poema épico Mahabharata narra os eventos ocorridos na família dos descendentes de Kuru em uma data longínqua cuja estimativa varia desde o ano 800 aC até mais de 3000 aC. Datas a partir do quarto milênio aC parecem fazer mais sentido, já que em diversas passagens é citado o hoje extinto Rio Sarasvati, dos tempos védicos, cuja seca final é estimada em não antes do ano 3000 aC.

Os acontecimentos e desentendimentos envolvendo os primos, filhos de Dhritarashtra e de seu irmão Pandu, aonde os primeiros representam os desvios de conduta humanos e os últimos as ações corretas, em conformidade com o dharma, culminaram na Guerra de Kurukshetra [Campo dos Kurus], que é o cenário ou pano de fundo do Bhagavad Gita. Ainda que os referidos acontecimentos possam ter tido lugar no campo físico (com certeza o têm no campo psicológico das pessoas), o autor do épico os descreve de maneira romanceada, em que os diálogos, reflexões e ensinamentos acerca da virtude, da honra, do dharma, do destino etc. ocorrem concomitantemente às ações dos personagens, tendo inclusive maior relevância que estes últimos. São também narradas diversas inter-relações entre homens e deuses.

Mahabharata: significado esotérico

Para além de quaisquer delimitações territoriais apresentadas acima, no épico é dito que o governo do mundo todo está em disputa na batalha. No significado esotérico da obra, essa expressão é correta pois o mundo todo (macrocosmo) significa a totalidade psicológica do buscador espiritual (microcosmo), onde é travada a batalha.

➡️ bha (bhā): luz, esplendor; brilhar, ser brilhante ou luminoso.
➡️ rata: dedicado a; apaixonado ou cativado por; encantado com.
Bharata: Dedicado à Iluminação ou Cativado pela Luz

“Mahabharata” (Mahābhārata): O Grande Dedicado à Iluminação ou O Grande Cativado pela Luz

A camada mais profunda do Mahabharata é destinada ao buscador espiritual. Àquele ou àquela que é dedicado ao Atman ou luz no interior do coração. As personagens do épico representam cada um dos constituintes da psique humana: os pândavas, orientados por Krishna ou Atman, representam as forças interiores que “batalham” pela liberação (moksha) ou autoconhecimento, enquanto os kauravas aquelas que desejam manter o ser atado ao mundo material. (ver mais em Yogananda – abaixo)

Índice do Mahabharata: Parvas (Livros)

Os 18 livros (parvas) do épico são:

Batalha Kaurava-Pandava
Batalha Kaurava-Pandava © CC columbia.edu
  • Livro 1 – Adi Parva: O primeiro livro ou O livro do princípio
  • Livro 2 – Sabha Parva
  • Livro 3 – Vana Parva
  • Livro 4 – Virata Parva: o 13º ano do exílio dos pândavas (filhos de Pandu) passados incógnitos e sem poder ser reconhecidos na reino e na corte do Rei Virata.
  • Livro 5 – Udyoga Parva
  • Livro 6 – Bhishma Parva – O livro de Bhishma: o Bhagavad Gita é os capítulos 25 ao 42 deste parva.
  • Livro 7 – Drona Parva: O livro de Drona
  • Livro 8 – Karna Parva: O livro de Karna (Radheya)
  • Livro 9 – Shalya Parva: O livro de Shalya
  • Livro 10 – Sauptika Parva
  • Livro 11 – Stri Parva
  • Livro 12 – Shanti Parva
  • Livro 13 – Anushasana Parva
  • Livro 14 – Ashvamedha Parva
  • Livro 15 – Ashramavasika Parva
  • Livro 16 – Mausala Parva
  • Livro 17 – Mahaprasthanika Parva
  • Livro 18 – Svargarohana Parva

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O Mahabharata (versão resumida de William Buck)

Livro físico

O Mahabharata – Nova Edição: O Clássico Poema Épico Indiano Recontado em Prosa Por William Buck

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Livro com explanação do significado esotérico das personagens

O Bhagavad Gita: Deus fala com Arjuna – Volume 1 (Paramahansa Yogananda)

Deus Fala Com Arjuna - Vol. 1 - Paramahansa Yogananda

Este livro de Yogananda compreende a tradução e comentários dos capítulos 1 ao 5 do Bhagavad Gita. Sobretudo no primeiro capítulo do Gita, são apresentados os combatentes protagonistas da obra como um todo, o Mahabharata, que estão envolvidos na Guerra de Kurukshetra.

Cada um desses personagens representa um aspecto, característica, virtude, inclinação ou vício psicológicos. Yogananda apresenta o significado esotérico (oculto) dos guerreiros pândavas (filhos de Pandu) e seus aliados como os aspectos ou guerreiros da Alma (Atman) e os “kauravas” (filhos sanguíneos do Rei Dhritarashtra) e aliados como os representantes do reino material, ou seja, os sentidos, as viciações e os frutos da percepção ilusória do mundo manifestado.

Esses significados foram sendo passados pela linhagem de gurus de Yogananda. Sua compreensão faz com que o Mahabharata ganhe uma rica dimensão adicional.

Este primeiro volume, de quase 700 páginas é também uma excelente elucidação e aprofundamento de muitos aspectos do caminho do Yoga presentes no Gita, nos Yoga Sutras de Patanjali e em outros textos. A coleção conta com dois volumes, sendo que o segundo, que aprofunda os capítulos 6 a 18 do Gita, já não é fundamental para se entender os personagens do Mahabharata. Ela está disponível nas:

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