Chakras

Chakras são centros energéticos de consciência, vórtices de energia psíquica presentes na camada sutil do corpo humano.

Chakra quer dizer disco, roda, como a roda de uma carruagem. Por seu aspecto circular semelhante a um disco, os centros de força do corpo receberam o nome de chakras.

Chakras

Na ordem da criação, reproduzida a partir de Prakriti, Shakti (seu poder manifestado) cria e manifesta-se como os tattvas (princípios-essências, estados ou condição como elementos), do mais sutil ao mais denso, terminando nos tattvas mente, akasha (espaço), ar, fogo, água e terra. No corpo humano (microcosmo), após a criação terminada, Shakti repousa no centro do último elemento, terra, como Kundalini.

É desses tattvas mais materiais (mente, akasha, ar, fogo, água e terra) que os seis chakras principais do indivíduo são os centros. O sahasrara é um centro cósmico e está associado a tattvas mais sutis.

Localização dos chakras

Os cinco chakras ao longo e ao final da coluna vertebral (svadhishthana, manipura, anahata, vishuddha e ajna) têm seus centros dentro do canal sushumna no interior da coluna, na camada energética, e compõem assim uma rede energética central em nosso corpo. Os seis principais chakras são:

Nome em SânscritoEm português conhecido comoNúmeroRegião no corpo humano
MuladharaBásicoPrimeiro ChakraRegião do elemento terra
SvadhishthanaSexual ou GenésicoSegundo ChakraRegião do elemento água
ManipuraUmbilical ou Gástrico ou Plexo SolarTerceiro ChakraRegião do elemento fogo
AnahataCardíacoQuarto ChakraRegião do elemento ar
VishuddhaLaríngeoQuinto ChakraRegião do elemento akasha (espaço)
AjnaFrontalSexto ChakraRegião da mente

Acima desses, está o Sahasrara (Coronário, o Sétimo Chakra), que não está na coluna vertebral, mas no topo da cabeça (“coroa”). Ele inteliga-se com e coordena todos os outros chakras, estando assim acima de todos.

Chakras kshetrams – Campos dos chakras

➡️ kshetra (kṣetra): campo; terra; lugar.

O núcleo ou âmago dos chakras é milimetricamente pequeno e está dentro de sushumna, mas seus campos, repercussões energéticas e zonas de influência e de atuação expandem-se em um raio de alguns centímetros, e podem ser percebidos (muitas vezes no centro do corpo) quando os chakras começam a ser ativados.

Geralmente, percebemos e trabalhamos os chakras através de seus campos de atividade, chamados chakras kshetrams. Cada kshetram está conectado energeticamente e por meio de nervos a chakra correspondente, de maneira que ao focar e trabalhar sobre o chakra kshetram, trabalhamos o próprio chakra.

A percepção e trabalho no chakra muladhara se dá nele mesmo (no períneo ou pouco acima). Já os outros 5 chakras, ao longo da coluna, podem ser trabalhados através de seu kshetram. Eis a localização do kshetram de cada chakra:

  • Svadhishthana: na altura do osso púbico na frente do corpo. Pode-se conseguir a percepção do chakra propriamente dito no osso cóccix.
  • Manipura: no umbigo (ou 1cm acima) e na região no meio do corpo na mesma altura.
  • Anahata: no meio do peito na altura do coração (no meio do corpo).
  • Vishuddha: pouco abaixo da região central da garganta – em sua superfície frontal e também na cavidade interna dela, na glândula tireoide.
  • Ajna: entre as sobrancelhas (➡️em sânscrito: bhrumadhya)

Letras dos chakras

Os chakras são também chamados de lótus. Cada um possui determinado número de pétalas, e cada pétala possui uma das 50 letras do alfabeto sânscrito. Cada chakra possui também um bija-mantra ou uma letra sânscrita.

Essas letras não se encontram nos chakras e pétalas em sua forma escrita e nem mesmo em seu som audível (mais grosseiro), embora sejam nessas formas que a princípio conseguimos representá-las.

Pode-se dizer que as letras estão nos chakras em suas formas de sons sutis. Então sua entoação audível serve antes como um percursor para se avizinhar, pelo caminho reverso ao da manifestação ou produção do som, a essas formas sutis, mas o processo de percepção da vibração ou som sutil de cada chakra não é a partir do externo ou mais denso (som audível) para o interno (som sutil).

O descobrimento desses sons sutis dos chakras passa mais pelo processo de aquietamento mental e concentração que leva, em determinado estágio da prática, às suas percepções.

Desenvolvimento dos chakras

Uma prática adequada que estimule esses centros de força leva o aspirante a ficar, paulatinamente, mais sensível a vibrações e percepções sutis, podendo capacitá-lo a atingir a consciência divina, a consciência cósmica.

Os pranayamas utilizados em Kundalini Yoga trabalham os chakras, como a:

Nadis são canais energéticos que cruzam-se e relacionam-se com os chakras, estes últimos estão de fato em um canal, sushumna. A purificação e estimulação dessas nadis, como Sukha Purvaka Pranayama e Kundalini Pranayama, também são fundamentais para o desenvolvimento dos chakras.

O Vedanta descreve os sete planos diferentes, em cada um dos quais o sadhak [buscador da Unidade; praticante] tem uma visão particular. O espírito humano costuma limitar sua atividade aos três centros inferiores, sendo que o mais alto está na altura do umbigo. Por isso, o homem ase contenta com as satisfações que lhe dão os prazeres materiais, os alimentos, etc. Ao atingir o quarto centro, aquele que se encontra diante do coração, o homem avista um raio divino: mesmo assim, costuma voltar deste ponto aos três planos inferiores. Quando a mente atinge o quinto centro, diante da garganta, o sadhak não pode falar de outro coisa senão de Deus. Quando eu estava neste estado, se alguém falasse de assuntos frívolos na minha frente, sentia como se me dessem uma pancada na cabeça; escondia-me no inferior da panchavati [floresta], onde ficava ao abrigo dos importunos. Fugia da sociedade dos homens mundanos e minha família parecia-me um abismo de onde não podia mais sair, caso caísse lá dentro. Sentia-me sufocado em sua presença, tinha a impressão de que ia morrer, e só me sentia reviver quando me afastava de casa.

Mesmo nesta condição, um homem pode voltar atrás, aos três centros inferiores; precisa, por isto, tomar muito cuidado. Mas quando a mente alcançou o sexto centro, entre as sobrancelhas, o homem está ao abrigo de todos os perigos, obtém a visão do Paramatman [o Ser/Si Mesmo Superior] e permanece em êxtase constante. Só há um véu muito fino entre este estado e o centro mais elevado de todos (sahasrara). O sadhak sente-se tão próximo de Paramatman que se julga mergulhado nele, mas não é o caso. Deste ponto, ele pode descer ainda ao quinto e, algumas vezes, ao quarto centro, mas não mais baixo. Os sadhaks comuns, também chamados de jivas, não retornam jamais deste estado. Após permanecerem constantemente em êxtase durante 21 dias, rasgam o véu transparente e unem-se para sempre ao Senhor. Esta união eterna do jiva e do Paramatman no sahasrara é o que se chama a subida ao sétimo plano.

RamakrishnaRevista Planeta Especial Ramakrishna de fev/1975

Modificações mentais associadas aos chakras

Leitura Recomendada

📖 Ṣaṭ-Cakra-Nirūpaṇa Por Puramananda Swami

Em: Site Shri Yoga Devi » Download Tantras

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