O eu e o inconsciente (Carl Gustav Jung)

Título original: Die Beziehungen zwischen dem Ich und dem unbewussten [As relações entre o ego e o inconsciente] – segundo volume de Zwei Schriften über Analytische Psychologie [Dois Escritos sobre Psicologia Analítica (item 7 da obra completa)].
➡️ Vol. 7/2 da Obra Completa.
2015 – 27ª edição
Editora Vozes
165 págs. (Kindle 267 págs.)

O eu e o inconsciente é considerado um dos livros mais importantes para se compreender o pensamento de Jung.

Nele, por vezes Jung alcança a genialidade e nos brinda com pontos de fluidez brilhante e insights preciosos sobre a mente humana.

É nesta obra que o psicólogo e pesquisador suíço apresenta alguns de seus mais relevantes descobrimentos de nossa constituição psíquica, entre os quais podemos destacar neste resumo:

  • a persona ou máscara social que utilizamos, e com a qual às vezes nos identificamos, tem mais de coletivo ou indiferenciado (§ 329 e ap.a) do que de individual, mais daquilo que é próprio da sociedade do que aquilo que é próprio do indivíduo (244). A persona pode conter retoques pessoais (ap.b) ou, do contrário, a identificação do eu com ela o torna idêntico ao inconsciente coletivo (ap.c).
O eu e o inconsciente (Carl Gustav Jung)
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As referências bibliográficas na obra de Jung são feitas aqui pelo número do parágrafo, entre parênteses, exceto para os conteúdos do apêndice (ap.), que serão indicados pelo item (i.) deste e a posição do parágrafo (par.) dentro desse item em que se encontram. Como os temas apresentados estão em vários parágrafos diferentes, tome aqueles sugeridos neste comentário como exemplos aonde tal tema aparece.
Comentários nossos que não estão no livro ou na passagem aparecem aqui entre colchetes [ ].

  • o “inconsciente coletivo” de Jung são as camadas mais profundas do inconsciente (ap.d), onde se encontram as características comuns entre a pessoa e os demais indivíduos de sua sociedade, algumas delas sendo universais mesmo para toda a raça humana.
  • quando o papel social do indivíduo exige uma persona irrepreensível, não raro acontece que se desenvolve uma personalidade artificial, e o real, aquilo em sua natureza e condições mentais que teve de ser reprimido publicamente, tende a se manifestar ou extravasar no ambiente doméstico (306B-307);
  • quanto maior a sociedade ou a associação, maior a tendência ao inconsciente e à mediocridade. Como boa parte do conteúdo do inconsciente é coletivo, o conservadorismo social e a moralidade exterior tendem a esmagar o indivíduo – a “instituição” é cega, não tem alma (ap.e). [É o que ocorre em fenômenos políticos e religiosos] onde o individual precisa ser sacrificado, encostado na parede (240);
  • a base da ordem social não é a lei, mas a imitação (ap.f)
  • o inconsciente possui mecanismos de autorregulação psíquica (257A), como o da compensação; isso ilustra porque a grande humildade se aproxima demais do orgulho (225B).
  • nos parágrafos 260 ao 265, Jung explora, de maneira muitíssimo interessante, aspectos psicológicos dos mestres, profetas e discípulos.
  • [muitas vezes], espíritos manifestados mediùnicamente são fragmentos da própria mente do médium (293B), que se expressam personificadamente (312). Na forma dos arquétipos anima e animus do inconsciente, podem configurar uma possessão do consciente (370) – o autor em alguns pontos (381s) parece exagerar o poder da anima e do animus [ou ao menos nos parece claro que há exceções para a descrição geral apresentada].
  • o ser humano pode se identificar com a “personalidade-mana”, um arquétipo inconsciente “do homem poderoso, sob a forma do herói, do cacique, do mago, do curandeiro e do santo, senhor dos homens e dos espíritos, amigo de Deus.” (377), mas também pode projetar nesta a figura de Deus-Pai (394) ou do Diabo (395A).
  • essa última hipótese é bastante comum, uma vez que o ser humano médio está, psiquicamente, na infância. (401)
  • quando o indivíduo dissolve (ou assimila conscientemente) todos esses arquétipos ou complexos, pode realizar o “si mesmo”. (398-400A; 404)
  • essa individuação ou formação da personalidade individual realmente autoconsciente é essencial ou “absolutamente necessária”. (373)
  • em Autoconhecimento: individuação e transcendência, expandimos a questão do parágrafo 236, aonde Jung conta sobre indivíduos que, ao tomar consciência de elementos coletivos do inconsciente puderam experimentar amor ou empatia pela primeira vez na vida, identificando-se com causas humanas universais, que os levou posteriormente a um despojamento do ego, nem sempre salutar.
  • Terapêutica: como a psique de cada ser é única, a psicologia, em última análise, é sempre individual (ap.g). Da mesma forma, faz-se determinante para a cura a autoconsciência e a vontade do paciente (ap.h).

Referências ao Apêndice

  • ap.a: apêndice, item 3 (A persona como segmento da psique coletiva), 4º parágrafo;
  • ap.b: ap., i. 3, 5º par.;
  • ap.c: ap., i. 5 (Princípios fundamentais para o tratamento da identificação com o coletivo), antepenúltimo par.;
  • ap.d: ap., i. 3, 2º par.;
  • ap.e: ap., i. 2 (Fenômenos resultantes da assimilação do inconsciente), início do último terço, de “O elemento de diferenciação é o indivíduo.”… até “reduzir suas opiniões coletivas.”;
  • ap.f: ap., i. 2, antepenúltimo par.;
  • ap.g: ap., i. 5, 5º par.;
  • ap.h: ap., i. 5, três parágrafos centrais, de “O tratamento hermenêutico”… até “entre a saúde e a doença.”.

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