2006
Título original: The Gnostic Gospels (1979)
Editora Objetiva / Rio de Janeiro-RJ
Tradução: Marisa Motta
Era dezembro de 1945 quando, próxima a Nag Hammadi, no Egito, foi descoberta uma coleção de manuscritos de uma comunidade com viés gnóstico, que viria a ser conhecida como A Biblioteca de Nag Hammadi.
Nesses livros verifica-se a diversidade teológica e dogmática do Gnosticismo dos primeiros séculos de nossa era, que Elaine Pagels explora e demonstra nesta obra. Muitos deles apresentam releituras de tradições e textos judaicos como o Gênesis e outros do Tanakh (a “Bíblia” hebraica, que origina o Antigo Testamento Cristão), bem como dos evangelhos e dos ensinamentos de Jesus.
Antes desta e outras descobertas a partir do final do séc. 19, a existência de manuscritos como esses era conhecida apenas por citações e refutações a eles e a seus disseminadores em publicações dos pais da Igreja Cristã. Assim, seu descobrimento e o conhecimento do seu conteúdo deu-os voz própria e nos permitiu elucidar aspectos do Cristianismo primitivo, sobretudo no que diz respeito a outras formas religiosas cristãs diferentes daquela que acabou preponderando e se “tornando” a ortodoxa, que veio a estabelecer as bases doutrinárias e dogmáticas do Cristianismo que perduram até hoje.
Assim como em outros livros de Pagels e Bart D. Ehrman, temos aqui mais e preciosas informações, agora em contraponto aos textos e cultos gnósticos, do processo de consolidação da Igreja Cristã, chamada “Católica” pelo significado da palavra, “Universal”.
Por exemplo, a autora observa como a uniformização e simplificação de sua afiliação, credo, e culto (em especial a confissão de fé e os ritos do batismo e da eucaristia) podem ter sido importantes para que a Igreja se fortalecesse e se estabelecesse perenemente – em contraposição à prática espiritual mais elaborada do Gnosticismo que, talvez sob influência budista, hindu ou mesmo helenística pagã, voltava-se para um processo de iniciação e autoconhecimento para descobrir o Deus dentro de si, que inevitavelmente demandava mais tempo (seu crítico Tertuliano, afirma “até cinco anos”) para sua consecução.
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A semente de mostarda (Osho)
A semente de mostarda é uma coleção de 21 discursos proferidos em 21 dias seguidos por Osho em Poona (Índia) em 1974 sobre ensinamentos de Jesus presentes no Evangelho de Tomé, que teve seu mais completo manuscrito descoberto em escavações em dezembro de 1945, próximo a Nag Hammadi, no Egito.
Osho lança luz para além da interpretação teológica convencional sobre as palavras de Jesus presentes neste documento, que permaneceu totalmente marginalizado pela Igreja, não obstante possua muitas passagens em comum com os evangelhos canônicos, como a própria parábola da semente de mostarda
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