Meus sentidos me falam de Ti, por Sri Muruganar

Quando o eu desaparece permanentemente em sua fonte, a dicotomia entre o experimentador e o experimentado também se desvanece. Nesse sentido, os sentidos podem trazer desfrute, sem estar mediados por um desfrutador individual. Quando alguém sabe que nada existe à parte do Si Mesmo, inclusive o desfrute sensorial é uma experiência do Si Mesmo.
Não entrarei no domínio dos cinco sentidos através das portas dos cinco órgãos dos sentidos, abandonando a meu Senhor, que me outorgou a devoção suprema que é jnana. Mas inclusive se entro em seu domínio através dos cinco órgãos, funcionarei através deles com o claro conhecimento de que todos eles são a consciência consumada, Atma-svarupa.
Através de uma cuidadosa investigação, instigada por sua graça [de Ramana Maharshi], me dei conta de que minha natureza era a sua. Através da primeira pessoa real que brilha florescentemente no Si Mesmo como o Si Mesmo, obtive a vida de suprema felicidade, a vida de graça que persiste nas cinco experiências sensoriais, através das quais te vejo, escuto, saboreio, cheiro e sinto só a ti. Meu Senhor que dissolveu minha mente.
Devido a que a mente traidora se dissolveu completamente em mim, Senhor, tanto o interior como o exterior se converteram em uma extensão idêntica. Me regozijei, divertindo-me em torrente de clara ambrosia, a experiência de Brahman-svarupa, que não se pode separar.
Deixemos que outros definhem, definhem e se cansem [satisfazendo a] conceitos mentais. Quando o Senhor instruiu amorosamente a mim, seu companheiro, a mente simplesmente se foi, sem ver nenhum suporte ao qual aferrar-se, e a plenitude de ser resplandeceu. Me permitiu fazer isso ao destruir o obstáculo que se apresentava, a mente enganosa cuja natureza é permanecer desconcertada. Consumo felicidade sem esforço permanecendo quieto.
Sri Muruganar (discípulo de Ramana Maharshi) – transcrito do vídeo do canal Yo Soy Tu Mismo Ser