A maioria de nós procura realizar mais ações boas do que más. Acontece que não existe uma ação boa que não produza nenhum mal, nem uma ação má que não produza nada bom. A nossa própria vida e nossos cuidados com alimentação, higiene pessoal, respiração etc., depende do mal de outros seres, e desse mesmo mal que causamos surge algo bom.
Bem e mal absolutos são graus de uma mesma medida, extremos de um mesmo espectro, no qual se encontra uma infinidade de ações e decisões que podemos tomar neste mundo.
Como dissemos em outra oportunidade, nenhum ser depende de nós e de nossa caridade, a natureza e a existência continuarão cuidando de todos eles mesmo que não estejamos aqui, no entanto sempre nos é dada a oportunidade de crescermos consciencialmente através de boas ações que fazemos a outros seres. E quando realizarmos essas ações com o perfeito desapego, não esperaremos mais nada em troca, nem mesmo gratidão: pois quem é que espera a gratidão? A mente, o ego. Mesmo porque, em última instância, foi o próprio karma de outro ser que levou isso para ele e você foi apenas o portador ou, em outras palavras, isso fazia parte do dharma ou destino dele. Nesse estágio, nos libertamos da escravidão da espera por recompensas.
Então, devemos seguir procurando fazer o bem, pois somente desejando e trabalhando pelo bem do outro é que nos aproximamos do nosso próprio bem, do nosso ideal, das nossas plenitude e felicidade. Por quê? Em unidade ou yoga, nós somos o outro, e dedicar-nos cada vez mais aos outros aumenta nossa empatia até que ela atinge seu grau máximo aonde não deve ser mais chamada por esse nome, pois, sendo o Todo, não somos mais o pequeno eu, mas Nós. A ação desprovida de ego nos integra.
E realizar Karma Yoga é exatamente esquecer-se de “si mesmo” na ação. Sem ego-ísmo, um resultado natural é o inegoísmo, a ação ou o ser inegoísta (neologismo proposto pela Ed. Vedanta). As boas ações nos purificam càrmicamente e nos conduzem à abnegação, ou melhor, à transcendência do eu, que é o segredo da ação.
“Primeiro mate seu ego e então assuma o mundo todo como sendo você mesmo; como diziam os primeiros cristãos: ‘o homem velho tem de morrer’“.
Swami Vivekananda – Karma Yoga
Da extinção do sentido do ego à liberdade
Quanto mais ações desinteressadas uma pessoa fizer, mais livre ela será. E não há limite para a quantidade dessas ações que ela pode fazer. Num estágio em que quase tudo que se faz é para ajudar os outros, o sentido do ego, do “eu e meu”, passa a desaparecer, pois sua consciência, seu “si mesmo” passa a ser todos, e não há mais como dizer que aquela pessoa está limitada a um corpo ou a uma individualidade, a sua percepção expandiu-se para o comunitário, e continuará a expandir-se pois não há outra coisa que pode realmente realizá-la a não ser atingir a totalidade. Ela percebeu que é o Todo e quer essa liberdade que somente percebemos quando retiramos o individualismo e a ignorância que encobriam a consciência.
Ela desapega-se da sua pequena personalidade até que o seu sentido do eu(zinho) torna-se o sentido do Eu (Totalidade, Existência).
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