A palavra ego vem do protoindo-europeu “éǵh₂”, que originou ego no latim e no grego [ἐγώ: ego], que vêm a significar eu, a primeira pessoa do singular (a única que comprovadamente é real).
Mas em termos de Psicologia o eu e o ego são coisas diferentes. Como nesta ciência os princípios também podem destoar, vamos procurar tratá-los conforme as definições de Jung pois eles (principalmente o “ego”) já estão bem estabelecidos no entendimento popular e, no que diz respeito à mente, são bastante completos.
O eu
O eu é, e assim Jung também o entende, o sujeito, agente – e também o observador, a testemunha -, a “figura” central na mente. Este eu que experimentamos é de fato o próprio atman coberto do sentido de eu.
Atman vem a ser o seu ser, ou seja, aquilo que você é. É a sua alma ou consciência, transcendental à mente e à Natureza, ou seja, não no sentido junguiano, que as considera a própria mente em si e um atributo dela, respectivamente.
Assim, existe um “eu” que está me lendo neste momento, e este eu é o seu próprio ser. Seu eu ou consciência não é a mente, nem um atributo dela, mas a sua própria essência, a própria existência do experienciador.
É possível, e de fato ocorre, que você testemunhe sem nenhum sentido de eu – ainda que geralmente baste um pensamento para que ele volte. Essa testemunha é o eu real.
Ao refletir na mente, essa consciência dá a ideia de eu individual.
O eu que, junto aos atributos de testemunhar e agir, se vê emaranhado nos complexos mentais é este eu comum, o do dia a dia, da Psicologia.
A diferença para a definição de Jung está na origem e hierarquia ou real natureza do eu: para Jung ele está na mente, para a ciência materialista está mesmo no cérebro, mas nossa experiência é que está fora deles.
O ego
As experiências vividas pelo eu, através do corpo físico ou de um sutil, da mente sensorial e do intelecto são armazenadas na mente, que com a memória criam e desenvolvem um sentido de continuidade e identidade, formando assim um “complexo estruturado” (Jung), que denominamos ego. A origem deste ego é o sentido de eu.
Ego é um complexo estruturado formado pelo sentido de continuidade das experiências e nossa identidade com elas.
Naturalmente, esse complexo agrega os mais diversos conteúdos externos que podem vir a ditar o comportamento do indivíduo.
Agora bem, não obstante o ego esteja presente com todo o seu conteúdo mental, ele só existe quando – e se – você presta atenção nele. Por isso dizemos que ele é maya, ~ilusório.
Mais do que prestar atenção, nos identificamos com ele, pensamos que de fato somos ele.
Transcendendo o ego
Transcender o ego é transcender nossa identidade com a mente.
É não se ater ou se apegar à personalidade e seus caprichos, a todo desenvolvimento mental que guardamos como memória daquilo que consideramos sermos nós, ao que Castañeda chamava de história pessoal.
Podemos então, desapegados, estar centrados nesta nossa consciência individual. Então percebemos que transcender o ego é diferente de transcender o eu, que vem a ser o passo seguinte e definitivo para a autorrealização.
Cada ser humano tem o direito, se não necessidade psicológica e existencial, de afirmar-se e desenvolver-se como ego e também de escolher se e quando sua alma já não se realiza somente com os ditames dos êxitos pessoais, quando seu movimento passa a ser o de ir abrindo mão de sua “personalidade”, ou de sua identificação com ela, para estabelecer-se na consciência pura.
Imagine uma experiência constrangedora que aconteceu com outra pessoa durante o dia e no dia seguinte você quase já se esqueceu dela. Afinal, “o problema” é da outra pessoa. E se ela não se importasse com aquilo também? Se ela se visse assim como você a vê, como “o outro”. Algo que aconteceu, mas que não aconteceu a ela. Se ela não “parasse” para se identificar com a situação (e nem mesmo com sua própria expressão corporal). Seria um estado absolutamente livre da ilusão do ego. (Agora imagine que a experiência constrangedora aconteceu a você… o quanto você, ou qualquer um de nós, conseguiria ser um mero observador dela, uma testemunha (ou seja, a consciência pura)? Isso demonstra o quanto estamos apegados a um corpo, a uma forma, a um nome, uma honra.)
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