O 1º membro ou passo de todo Yoga é yama – controle, restrição – que acabam determinando a conduta do iogue.
Quando essa conduta manifesta-se continuamente em suas atitudes, tornam-se hábitos e moldam seu caráter.
Yama pode fazer com que a sua existência harmonize-se cada vez mais com a unidade cósmica – com princípios como a não-violência ou roubo, a veracidade e a não-possessividade. Mas, sendo o yoga um caminho espiritual que pode ser considerado extremo, nele (como em outros sadhanas, em Paulo de Tarso, etc.) aparece o conceito de brahmacharya ou castidade, que vai contra a natureza a fim de transcendê-la – é um esforço. No caminho real do Tao, por exemplo, não pode existir nada no sentido de restringir o que é natural.
Essa ação correta ou ética é a base de diversas tradições, pois o indivíduo está conectado com toda a existência. Quando você faz mal ou bem ao outro, é a você mesmo que o fez. Para filosofias como a Advaita Vedanta, você de fato é o outro.
Por uma questão didática, adotaremos as recomendações de conduta dos textos hindus, que são universais e encontram paralelos em muitas religiões e filosofias. Os Yoga Sutras de Patanjali (2.30) citam os 5 yamas:
🌺 Não-violência – Ahimsa (5º mandamento hebraico*)
🌺 Veracidade – Satya (8º e 6º mandamentos hebraicos*)
🌺 Não-roubo – Asteya (7º mandamento hebraico*)
🌺 Brahmacharya – Transcendência ao sexo
🌺 Não-possessividade – Aparigraha
Ahimsa, Satya, Asteya, Brahmacharya compõem, com as 6 práticas a seguir, os 10 yamas das Religiões Hindus:
🌺 Não-desejo – Anabhidhya (10º mandamento hebraico*)
🌺 Compaixão – Daya (2º mandamento de Jesus*)
🌺 Constância, firmeza – Dhriti
🌺 Paciência – Kshama
🌺 Moderação na alimentação – Mitahara
🌺 Pureza – Soucha. Nos Yogasutras, soucha aparece como Niyama.
🌺🌺 Veracidade » Honestidade – Arjava
Essas práticas são universais a todo caminho espiritual, que nasce no interior da pessoa e expressa-se no exterior. A espiritualidade está assim mais no Espírito (interno) do que na forma (externa). Ao invés de discutirmos as inúmeras formas de se chegar ao Divino, meditemos no Espírito por trás de todas as escrituras e textos inspirados, e assim descobriremos todas as correspondências que há entre eles, até mesmo em aparentes divergências, e em muito maior número do que estas.
Conduta com as outras pessoas
Devemos evitar, tanto quanto possível, interferir conscientemente no caminho (sobretudo espiritual) das outras pessoas, em seu livre-arbítrio, a menos que sejamos procurados para isso. Isso porque não temos uma visão expandida e global do percurso daquela alma, suas marcas e lições cármicas. Esse é um ponto em que a sensibilidade se faz necessária para equilibrar a linha tênue entre dar um conselho amigo, estender a mão a uma alma necessitada, contar sobre suas experiências espirituais, ou tornar-se um pregador chato.
Condutas nas religiões
Correlações de preceitos religiosos
* Correlacionamos as recomendações de conduta hindus e do yoga com os mandamentos hebraico-cristãos não para estabelecer um paralelo idêntico entre esses ensinamentos – a forma (as escrituras, as práticas, os preceitos) pode diferir muito nas diferentes tradições e mesmo dentro de um mesmo grande grupo religioso -, mas para observar que, uma vez que a essência de todo ser humano é a mesma, hão de aparecer na superfície, nas formas religiosas, nos diferentes caminhos para o divino, sempre características em comum.
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