O Jesus histórico

As principais fontes que temos para buscar o Jesus real, histórico, são os evangelhos, sobretudo os sinópticos – Marcos, Mateus e Lucas -, que consolidam uma corrente de pensamento entre os primeiros cristãos e apóstolos (como Paulo), e o “Evangelho de Tomé”. Um ou outro dado pode ser também encontrado nas epístolas paulinas.

O Evangelho de Tomé pode ser considerado tão legítimo quanto os sinópticos, à medida que possui, como estes, tanto ditos originais de Jesus, como possivelmente acréscimos, interpolações e amplificações, tanto de ensinamentos como de fatos. A vantagem de Tomé sobre os evangelhos canônicos é que não há nele esforços para recriar a vida histórica de Jesus, para encaixá-lo no Antigo Testamento ou para criar uma doutrina em torno a sua figura. Ao apresentar somente ditos de Jesus, Tomé nos remete talvez com mais legitimidade ao ensinamento espiritual original de Jesus. E a amplitude de autoconhecimento ou conhecimento espiritual de Jesus revela muito também sobre a sua vida.

Relatos de historiadores

Quanto à sua existência, extrabiblicamente talvez a citação mais significativa seja a do historiador judaico-romano Flávio Josefo, em seu Antiguidades dos Judeus (20.9.1):

Festo já havia morrido, e Albino estava apenas a caminho; então ele reuniu o sinédrio de juízes e levou diante deles o irmão de Jesus, chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou alguns de seus companheiros]; e quando formou uma acusação contra eles como violadores da lei, entregou-os para serem apedrejados; mas aqueles que pareciam ser os mais justos dos cidadãos, e que estavam mais preocupados com a violação das leis, não gostaram do que foi feito;

Flávio Josefo, em seu Antiguidades dos Judeus (20.9.1)

Flávio Josefo escreve retroativamente, no ano de 94 EC, da mesma forma que o senador e historiador romano Tácito que, por volta de 116 EC, relata que um Christus teria padecido a pena máxima sob Pôncio Pilatos, em seu relato sobre a história do Império Romano dos anos 14 a 68 EC:

Consequentemente, para se livrar da denúncia, Nero atribuiu a culpa e infligiu as mais requintadas torturas a uma classe odiada por suas abominações, chamada de cristãos pela população. Christus, de quem o nome teve sua origem, sofreu a pena extrema durante o reinado de Tibério nas mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos, e a superstição mais maliciosa, assim contida por um momento, eclodiu novamente não apenas na Judéia, a primeira fonte do mal, mas até mesmo em Roma, onde todas as coisas hediondas e vergonhosas de todas as partes do mundo encontram seu centro e se tornam populares.

Tácito, em seus Anais (15.44)
Jesus
Leitura de fisionomia de Jesus © Vectorsdaily.com por VectorPortal

Se o relato de Tácito foi baseado em documentos oficiais ou foi influenciado pela tradição cristã, não há como saber.

Dificuldades em descobrir o Jesus histórico

O principal desafio em traçar um perfil do Jesus histórico é que os evangelhos canônicos, mais do que relatos fieis de sua vida, ensinamentos e feitos, são uma composição, ou melhor, um mosaico ou “colcha de retalhos” composto de diversas referências ao Antigo Testamento e narrações de feitos maravilhosos que envolvem elementos culturais e religiosos da época, com a intenção de estabelecer a autoridade de Jesus e um dogma para ele.

Considerando isto, nossa opinião e a de muitos estudiosos é que é absolutamente impossível traçar um perfil exato do Jesus histórico. Há apenas possibilidades, teorias. Ao menos por enquanto, não vamos avaliá-las como um todo. Nosso foco no Caminho de Jesus se direcionará para o Jesus espiritual – com isso queremos dizer o ser existencial de Jesus, aquele do qual saíram alguns dos mais belos ensinamentos já proferidos sobre esta Terra.

Conheça mais sobre o estudo e as correntes acadêmicas a respeito do Jesus histórico no arquivo traduzido do verbete da Wikipedia internacional.

Não obstante, nos apareceu um tema que pode gerar uma interessante discussão, que tem mais a ver com o Jesus histórico do que com o Jesus espiritual:

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