Título original: The Social Animal (primeira edição de 1972 por Elliot Aronson; última atualização com seu filho Joshua Aronson de 2018, da qual as edições brasileiras mais recentes, como a de 2023 da Editora Goya, são traduções).
O animal social é um livro que traz inúmeros e elucidativos descobrimentos de uma área relativamente nova da Psicologia, a Psicologia Social ou a parte psicológica inerente às nossas relações interpessoais e suas implicações no campo social como um todo.
Entre os temas que somos convidados a compreender melhor estão:

- as lentes pelas quais enxergamos o mundo e o explicamos para nós mesmos;
- a importância de uma boa e saudável autoestima e como sua ausência pode ser prejudicial para o indivíduo;
- o sentimento de “difusão da responsabilidade” ou inconsciência individual por trás de ações temerárias de grupos ou mesmo multidões;
- as questões psicológicas dos alunos que efetuaram ataques assassinos em escolas americanas, muitas vezes motivadas pela exclusão ou intimidação (bullying) que seus autores sofriam ou sentiam;
- as razões antropológicas dos estereótipos e como eles, hoje, interferem em nosso julgamento correto e se relacionam diretamente com as formas mais flagrantes e inconscientes de preconceito;
- a validade do método científico e suas aplicações e questões éticas.
Dissonância cognitiva
Uma parte considerável do livro é destinada à ilustração das aplicações da importante teoria da dissonância cognitiva, de Leon Festinger.
Como o próprio Festinger a descreve, a dissonância cognitiva é “um estado de tensão que ocorre quando um indivíduo possui simultaneamente duas cognições (ideias, atitudes, crenças, opiniões) que são psicologicamente inconsistentes. (…) Como a experiência de dissonância cognitiva é desagradável, as pessoas são motivadas a reduzi-la”.
Isso pode ser dar, por exemplo, com a alimentação de rumores com o fim de amenizar a nossa dissonância e preservar o nosso autoconceito, às vezes até o ponto de desumanizar “o outro”.
Os mecanismos que usamos para redução de nossa dissonância cognitiva podem chegar ao extremo de levar-nos a acreditar nas nossas próprias mentiras.
Como você pode imaginar, essa teoria é bastante aplicável, ou melhor, observável em assuntos como política e religião.
O animal político
É digno de nota como os conhecimentos dessa ciência nos ajudam a entender muitos fenômenos sociais atuais, como aqueles que acontecem no âmbito político de cada país, como:
- aplicamos a redução da dissonância cognitiva para defendermos nossos partidos ou ídolos políticos;
- a ideia de “nós e eles”, nós contra eles, muito comum nos campos esportivo, religioso e, sobretudo nos dias atuais, político, em especial em países em que este está mais polarizado;
- entre as “técnicas” para compensar nossa dissonância está a de exagerar as falhas dos adversários e a de adequá-los a estereótipos generalizados e negativos;
- o pensamento de grupo, onde a dissidência e a discordância são desestimuladas, levando à alienação, impulsionada pela nova maneira como as pessoas consomem conteúdo, através de redes sociais que costumam entregar o que pertence à sua “bolha” ou de órgãos de imprensa com o mesmo viés ideológico;
- levada ao extremo, a alienação conduz ao fechamento da receptividade a ideias contrárias, mesmo quando plausíveis e verificadas: “não me venha com fatos, eu já me decidi!”.
- o despertar do sentimento de medo, através de uma ameaça real ou imaginária, que tende a acentuar o sentido de partidarismo (ou patriotismo);
- o autor nos conta que o medo e a aversão aos adversários marcou a eleição presidencial norte-americana de 2016 [que o leitor poderá identificar com as eleições brasileiras subsequentes, de 2018 e 2022].
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