Não-dualidade

A não-dualidade é a percepção existencial de que não há dois, tudo é “um”. Nossa essência é una com a Existência, ela é a própria Existência.

A diversidade, a multidão de seres se deve à ilusão ou maya do sentido de eu.

A experiência espiritual de cada um de nós irá defrontar-se com dois tipos básicos de abordagens, a dualista e a não-dualista.

Não-dualismo (Monismo)

Da constatação da não-dualidade, surge o Não-dualismo ou Monismo, conceito religioso e filosófico segundo o qual criador e toda criação – incluindo as criaturas – são um. De que nosso eu real ou verdadeiro ser (atman) nada mais é o que o Todo (o inominável, inefável, chamado nas Religiões Hindus de Brahman), o Fundamento-universal de todas as coisas. Em outras palavras, atman como alma individual não existe, senão como um aspecto do todo – ou podemos expressar que atman é este Todo, o que é o mesmo que dizer que somente Brahman existe.

Em termos históricos e transcendentais, podemos dizer que o monoteísmo, grosso modo, é uma consolidação dos atributos dos deuses do politeísmo em um único ser, Deus, e que o monismo é a consolidação ou união desse Deus com o próprio ser que experimenta a realidade.

Não-dualidade é advaita em sânscrito, o que nomeia a visão Advaita Vedanta, que faz essa leitura de textos hindus como as Upanishads e o Gita.

Outra tradição que remonta à não-dualidade é o Tao.

Entre os rishis ou sábios autorrealizados modernos que apontam na direção da não-dualidade podemos destacar Ramana Maharshi e Nisargadatta Maharaj.

Osho possui um ensinamento fundamental ou talvez mesmo central de “entrega do ego ou do eu” que é a própria essência da não-dualidade, mas por ele falar de diversos temas e caminhos espirituais, esse tema é encontrado mais em alguns de seus discursos ou livros do que em outros.

Podemos também encontrar afirmações da Não-dualidade em outros caminhos.

Não-dualidade no Cristianismo

No Evangelho de João lemos:

“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.

Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.”

Jesus de João 17:21-23

Em 16:28, o autor fala da unidade entre Jesus e o Pai.

O sentimento de transcendência do ego é experimentado por Paulo. Na Epístola aos Gálatas 2:20, o apóstolo fala “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. A única diferença para uma não-dualidade “sem forma” é que ele manifesta que a Existência vive nele na forma de Cristo.

O batismo cristão consciente também pode exercer a função de transcendência ao eu, à medida em que é um rito de passagem que marca um renascimento, a transição do antigo homem, de ambições individuais, para uma nova criatura, que vive em Deus.

Ainda que falte ao Cristianismo em geral base teórica e doutrinária para a visão não-dual, essas passagens e fatos demonstram que se pode perfeitamente tê-la sendo cristão.

Transcendendo a dualidade

Nós saímos, fomos emanados pelo Todo, que você pode chamar Deus, habitamos nele/a e nosso destino é voltar para ele/a.

A grande tarefa de nossas vidas é tomar novamente a consciência de que nós somos Ele/a. Para isso, temos de nos perceber além de Prakriti, a criação, o universo material, no qual a própria mente está inclusa, com seus aspectos mental, emocional e até espiritual (enquanto o espírito ainda é individual).

Enquanto o ser vaguear pelo mundo e, sob o feitiço de maya, julgar-se diferente de Brahman e de outros seres, será impelido pelo seu próprio karma na roda de nascimento e morte. Aquele que nega a própria individualidade nega também o karma individual e o esgota, podendo reconhecer-se como sendo Um com Brahman.

Toda ação egótica é ignorância e seu oposto é o conhecimento. Uma criatura é aprisionada pela ação e liberta pelo conhecimento.

A maior ilusão é o eu individual, conforme nos explica Ramana Maharshi em Do sono profundo à iluminação.

Todas as diferenciações entre homens, animais, insetos, coisas, habitantes de mundos superiores, etc., são criadas pelo falso conhecimento induzido por maya, pelo sentido de eu (ego), pela separatividade, e são mera ignorância. Assim, um passo importante é livrar-se da ideia de “eu e meu” e de outras ideias ilusórias.

O universo inteiro de separatividades ilusórias é projetado pelo efeito de maya e percebido pela mente como sendo a realidade. Quando a mente é refreada, controlada, essa separatividade, dualidade, não é percebida. Tornamo-nos um com a existência. E percebemos que a realidade última, fundamental, é unidade.

Prática

Conforme os ensinamentos de Nisargadatta Maharaj, se você se comportar plenamente convencido da não identificação com o corpo e a mente, a confiança e a realização virão. Muitas vezes, somente a parte intelectual do Jnana Yoga encontrada nos mestres e livros (como os abaixo) pode não ser suficiente. A não-dualidade prática, através da ação desprovida de interesses pessoais, pode ser perfeitamente observada no Karma Yoga.

Nodualidad.info

Nodualidad.info é um site em espanhol que reúne diversos artigos sobre não-dualidade:

Livros sobre Não-dualidade

Manuscritos sobre Não-dualidade

Pesquise aqui referências a Não-dualidade no site.

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