A Parábola do filho pródigo é uma das mais conhecidas parábolas atribuídas a Jesus.
E também uma das mais belas e significativas.
Autoria
Ela é encontrada em apenas um livro, o Evangelho de Lucas que, diga-se, não é uma fonte primária dos ditos de Jesus, como o próprio autor declara. Ela não está em Mateus, que compartilha (pelo menos) duas fontes com Lucas – Marcos ou um “proto Marcos” e o livro “Q” -, nem em Marcos mesmo, o mais antigo evangelho canônico, nem em Tomé, João ou nos fragmentos de outros textos sobre Jesus e referências feitas a eles de autores do primeiro século.
Esse fenômeno, chamado atestação única (ou testemunho único), muitas vezes faz que se considere baixa a probabilidade de determinado discurso ou ato descrito nos evangelhos ser originalmente de Jesus ou guardar semelhança com o que de fato ocorreu.
Não obstante, sua profundidade e autenticidade fez com que quase 50% dos estudiosos do Seminário de Jesus a considerassem proveniente do mestre, com uma média final de probabilidade de 70%. Um de seus integrantes, John Dominic Crossan assinalou a passagem com um + (proveniente do Jesus histórico) em sua listagem de complexos (compl. 465).
Ainda sobre a atestação única, é significativo o fato dela não estar Mateus, como é o caso da parábola ovelha perdida (18.10-14 e Lc 15.3-7) que a antecede, pois isso implica que, caso ela estivesse em “Q”, ele teria a ignorado.
É curioso notar que o quarto capítulo do Sutra do Lótus, texto do Budismo Mahaiana, capítulo este composto por volta do ano 50 EC – ou seja, antes de Lucas -, relata uma parábola, denominada O Homem Rico e seu Filho Pobre, que guarda muitas semelhanças com a do evangelista. Não é impossível que a estória tenha viajado pela rota da seda até ele.
Minha sensação é que a parábola do filho pródigo não é de Jesus, é uma ampliação da tradição ou de Lucas mesmo da parábola da ovelha perdida. Mas em termos de autenticidade, podemos falar somente em termos de probabilidade (neste caso, vamos opinar uns 5%): é muito difícil assumir ou descartar com certeza a autoria de qualquer dito ou ato atribuído a Jesus. Ela pode entrar na conta das parábolas inspiradas pelas palavras de Jesus.
Como Lucas recolhe diversos relatos, tanto escritos como da tradição oral, não há como descartar nem a autoria de Jesus, nem que o texto seja invenção sua ou mesmo da tradição.
Jesus também pode ter proferido uma parábola parecida com esta, que a tradição oral e ou Lucas retocou com suas próprias interpretações. O ponto aqui, e em geral no caminho de Jesus, não é saber com certeza quem foi seu autor, mas trazer ditos de Jesus, ou atribuídos a ele, que trazem questões existenciais válidas e são verdadeiros portais para o autoconhecimento, à medida que transformam-se em oportunidades para reflexões espirituais para o buscador. E é exatamente isto que esta parábola traz, porque ilustra perfeitamente uma situação comum a todos nós.
Contexto
Lucas relata esta parábola após as das ovelha e dracma (moeda) perdidas que Jesus, por sua vez, teria proferido a um público que incluía “cobradores de impostos e pecadores [os que erram ou falhos]”, em resposta aos “fariseus e os escribas” que “murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores [os que erram], e come com eles” (Lc 15.1-3).
Essas parábolas têm suas próprias questões que, pelo risco de perdermos a objetividade, não vamos abordar aqui, mas seu ponto, o tema da perda e redenção expresso nos versículos 7 e 10, é que há mais alegria no céu por alguém que havia perdido o rumo (na audiência, os cobradores de impostos e pecadores [os que erram]) e mudou sua mente do que por muitos outros que já eram justos (na audiência, os fariseus e os escribas). Este é seu nexo com os dois irmãos de nossa parábola. Mas esta agrega algo mais…
Como vimos, o filho pródigo pode ser perfeitamente uma criação de Lucas para ilustrar o que dizia as duas parábolas anteriores, agora com objetos humanos, o que necessariamente fez com se adicionasse uma nova dimensão, a perspectiva daquele que foi perdido. Se foi este o caso, ele parece ter captado o espírito com que Jesus fazia suas parábolas, e o nazareno talvez “a assinasse”.
As parábolas de Jesus admitem variadas interpretações e podem ter, mesmo, diversas dimensões de significados, como neste caso podemos ver na Wikipedia. E esta é sua beleza. Portanto, tenha em mente que este é um dos seus significados e não pretende ser o melhor ou absoluto.
Vamos à parábola.
Em uma Terra longínqua
E disse: Um certo homem tinha dois filhos;
E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
Jesus de Lucas 15.11-13
Esta parábola é sobre cada um de nós, é sobre mim, sobre você. Você é o filho pródigo, a filha pródiga. Somos todos o filho pródigo.
O significa de pródigo não parece muito louvável: [aquele] que dissipa seus bens, que gasta mais do que o necessário; gastador, esbanjador, perdulário.
É exatamente o que nós estamos fazendo, mas não num sentido ruim. Estamos em uma Terra longínqua de nosso lar gastando a vida, gozando-a, esbanjando nossa vitalidade, energia.
Isso representa a nossa chegada ao mundo, a nossa infância, juventude.
Inúmeros pessoas que passaram por EQMs relatam que sentem que o plano astral ou espiritual é o seu lugar, nosso verdadeiro lar, nosso local de origem, e mesmo que a vida real era lá, como por exemplo o Lucas Olles (que o reforça em 14:06), o Aleandro, o Rubem, e a Auxiliadora, que as descreveram para o canal Afinal, o que somos nós? .
Estávamos no seio “do pai”, da Existência. Não precisávamos partir, nem tampouco tínhamos de ficar, mas quisemos partir. Quisemos viver esta vida de realidade, sonho e ilusão.
Para mim, Lucas tinha que ter dado mais ênfase neste terceiro versículo, ampliado-o, descrevendo como nosso herói gastou seus bens, os lugares que visitou, os pratos que desfrutou, as peças que assistiu, as músicas que ouviu e dançou, as pessoas que conheceu, as mulheres que amou.
Mas tudo bem, vamos passar logo para o decaimento da vida.
Começou a padecer necessidades
E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.
E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
Jesus de Lucas 15.14-16
Agora o mundo nos mostra seus caninos. Geralmente, não temos direito sequer a um lugar para chamar de nosso. E ainda por cima tem que pagar pra nascer, ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer.
O trabalho é em si uma coisa bonita. Mas a forma com que nos compelimos a ele é por vezes desastrosa. Muitos trabalham meramente pelo sustento, ganhando não muito mais do que o mínimo para a subsistência; outros somos escravizados pela carestia da vida, pela responsabilidade com a família, com os filhos. A vida se transforma em um trabalho compulsório, muitas vezes no emprego possível, sem muita alimentação pessoal ou realização profissional.
Tudo isso em tempos em que já temos os recursos naturais, tecnológicos e humanos para criar um paraíso na Terra. (Sidarta Ribeiro)
Chega um dia em que a vida parece se esvair. Aquilo que antes era prazeroso, já não o é tanto. O corpo, que antes não dava trabalho, começa a apresentar as primeiras falhas, um acidente aqui, uma doença ali, e seus efeitos vão se acumulando.
Parece que agora você, que um dia foi admirada, não é mais notada.
Para alguns, acontece quase literalmente o que aconteceu com o protagonista da parábola: quando rico, provavelmente tinha muitos amigos, e agora ninguém lhe dá nada.
Mas existe um significado espiritual da miséria para além da alegoria: mesmo que tenhamos tido sorte e tenhamos boa fortuna e saúde (e eu te desejo vida, longa vida), após “esbanjarmos” vida para conhecer todas as alegrias do estar vivo e do viver, chega um dia, na saúde ou na doença, na juventude, meia idade ou velhice, que passamos a padecer necessidades; não falamos de necessidades físicas, mas existenciais, espirituais. Por mais rico que esteja o nosso mundo, nos sentimos miseráveis.
Não é preciso que haja um decaimento das condições de vida para que percebamos que estamos longe de casa: se este filho fosse mais inteligente ou estivesse tempo suficiente na condição de riqueza material, talvez mesmo nela tivesse percebido que estava longe de si.
“… Mas, se não conhecem a si mesmos, então estão na pobreza, e são a própria pobreza.”
Jesus de Tomé, v. 3
Se não conhecemos a nós mesmos, estamos na pobreza. Não se engane pelas aparências: muitos prósperos exteriormente são pobres interiormente, existencialmente. Se tirarmos os títulos que a sociedade lhes confere, você verá apenas homens miseráveis.
Esta é a única pobreza: a ignorância de si mesmo — não há nenhuma outra pobreza. Você pode não ter riquezas, pode não ter grandes palácios, pode não ter impérios, mas essas não são as verdadeiras riquezas. Somente uma coisa é verdadeiramente riqueza e essa coisa é o autoconhecimento, porque ele não pode ser destruído.
Osho, em A semente de mostarda (13º discurso)
Tornando em si
E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai,
Jesus de Lucas 15.17-18a
Este é o ponto mais importante da narrativa. É o ponto de inflexão. O momento em que nos damos conta de nossa origem, que somos herdeiros de uma riqueza espiritual imensurável e que não pode ser perdida, mas estamos prostrados diante do mundo, iludidos com nosso papel nele, ou em frente a uma TV, a uma rede social, a um sistema dogmático-religioso ou político, desejando e mendigando “bolotas de porcos”, dormidos para nossa verdadeira natureza, para nossa realidade espiritual.
Estamos todos, mais ou menos, nessa situação.
Nosso próprio viver na mente é uma miséria: achamos que somos somente a nossa mente e o nosso corpo, quando nosso ser tem diversas dimensões (que se traduzem em condições de experiência consciente), e sua própria natureza é imensurável, cósmica.
Mas a boa notícia é que você, tal como é, aqui e agora, não está, como não pode estar nunca distante de si mesmo, de sua própria realidade, da plenitude de sua própria perfeição.
É hora de voltar pra casa.
“Não sou digno”
e dir-lhe-ei: Pai, errei [pequei] contra o céu e perante ti;
Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
Jesus de Lucas 15.18b-19
Quase sempre que aparecerem as palavras pecado, pecador (e suas descendentes), bem como as conjugações do verbo pecar na boca de Jesus devemos desconfiar de seu significado original, pois a palavra grega que viria a ser traduzida como pecado significava inicialmente “erro“, “falta“, “falha“.
A Existência é nossa por direito, mas nos consideramos indignos. Vamos para o templo, e o que ouvimos? Um “eu me humilho diante de Ti”, um “não porque eu mereça…” ou um “rogai por nós pecadores“ que volta a nos atar à mente, ao ego, e, com efeito hipnótico, reatribui ou reforça em nós os papeis de miseráveis, mendigos, dependentes espirituais ou vítimas.
E ai de quem disser que você não é um pecador! Você está tão identificada ou identificado com o papel que esqueceu quem você é.
Lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
Jesus de Lucas 15.20
Nossa origem, nossa essência, nossa verdadeira natureza, que é também aquilo que podemos chamar Deus, nunca deixará de ser nossa por direito, pois é o que nós somos. Por mais que nos “distanciemos” mentalmente de nosso centro, jamais podemos deixar de ser aquilo que somos. Não pode haver alguém indigno de si, da Existência.
O “pai” está sempre pronto, “esperançoso” para receber-nos com júbilo tão logo voltemos para nós mesmos, porque não pode ser de outra forma. Você se sentirá beijada, amada pela existência tão logo volte para casa; na verdade você será o próprio amor.
Trazei a melhor roupa
E o filho lhe disse: Pai, errei [pequei] contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;
Jesus de Lucas 15.21-22
O pai ignora sumariamente a fala do filho; note que este não consegue sequer completar o discurso que havia ensaiado. Acredito que se Jesus ou Lucas tivesse conhecimento dos sermões e orações “não porque sejamos dignos, mas por sua misericórdia” de hoje, teria dado mais ênfase na vanidade desse sentimento de indignidade.
Quem não se sente digno é o ego, a mente. Ao voltarmos para casa, o pai rapidamente faz com que esqueçamos essa concepção, que deixemos esse ego de lado.
Não podemos dizer que o pai tenha sido sequer misericordioso; não há o que perdoar. Seria preciso que o pai tivesse um ego para se sentir ofendido, mas este não é o caso.
Agora, quando voltamos à nossa verdadeira natureza, deparamo-nos com sua magnitude. Nem no auge do vigor e riqueza de nossa vida física brilhamos tanto como em nossa essência; estamos mais vistosos que os lírios do campo.
Você é pobre. Há somente uma única pobreza: quando você não conhece a si mesmo. Por que isso é pobreza? Porque vocês são imperadores, são filhos de um Deus eterno! A maior coisa que pode acontecer, aconteceu a você, e você está inconsciente disso e continua mendigando.
(…) Você tem tudo dentro de si mesmo, mas continua mendigando. (…) E uma vez que você olhe para dentro, toda a existência reconhece seu império, toda a existência reconhece quem você é: você é o filho do todo. Então, toda mendicância desaparece, você se torna rico pela primeira vez.
Osho, em A semente de mostarda (13º discurso)
Você esqueceu quem você é!
O pai diz: você esqueceu quem você é!
Mesmo que você não saiba quem é, você não deixa de o ser. Ninguém pode nos privar de nossa herança, do que realmente somos.
E o que você é? Consciência, existência, totalidade, vida, o ser por excelência, a realidade suprema, na verdade a única realidade que pode existir.
Você nunca foi miserável ou mendigo, só houve um erro de identidade, de identificação. A pobreza estava na superfície, na mente. A Existência, o pai, sempre soube que você é um soberano.
Recorde-se sempre disso, não esqueça sua real natureza; atue de acordo com isso.
O primeiro passo é intelectual: a mente precisa se desidentificar do ilusório; o segundo é existencial. É fácil dizer “Deus é amor”, mas experienciar-se a si mesmo como amor – ou Deus – é algo completamente distinto do discurso.
Festejemos
E trazei o bezerro cevado [gordo], e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
Jesus de Lucas 15.23-24
Estávamos mortos para a dimensão espiritual de nossa existência. Quantos não estão mortos ou meio mortos também para a dimensão sexual, emocional ou intelectual: alguns de nós não temos “alma”; outros não têm sexo, outros coração, cabeça…
Agora a existência ganha uma nova dimensão, independente de nossa condição no mundo. Estamos novamente em festa, mas mais ricos, pois estamos em casa. É hora de descobrir e viver em nossa verdadeira felicidade natural.
Centrados, enraizados, podemos festejar e alegrar ainda mais do que nos tempos da gastança.
Por um bezerro gordo
E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
Mas ele se indignou, e não queria entrar.
E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado [gordo].
Jesus de Lucas 15.25-30
Agora surge na trama um outro personagem. Ele ficou no seio de casa, sempre teve suas riquezas mas nunca transgrediu as regras da casa, nunca saiu para ver o mundo além dos mandamentos.
O filho obediente tem seus méritos, mas não tem as experiências heterogêneas do rebelde. O obediente aceita as regras da casa, segue a mesma religião dos pais, não se rebela. Psicologicamente, em termos de individuação, falta-lhe algo, falta tornar-se um indivíduo, com suas próprias ideias, convicções. Falta algo que diferencie sua mente da dos seus pais, da Igreja, em termos freudianos do superego da sociedade.
Então ele compara sua situação de fidelidade parental com a do desertor.
O filho mais velho representa o fariseu no contexto de Jesus, aquele que pensa em termos de lei, mérito e recompensa no lugar de amor e graça, em contraposição com os faltantes ou “pecadores”. Hoje, muitos “religiosos” sentem-se como ele, acham que por seguir as regras, as escrituras, terão sozinhos o direito ao reino de Deus. Muitos se sentiriam incomodados se alguém do mundo chegasse.
Ele não teve sequer um cabrito como recompensa, e seu irmão é recebido com um bezerro cevado. Eu acho que mesmo que ele comesse um bezerro cevado todos os dias, não se sentiria recompensado; pois em outras instâncias, era o que estava acontecendo.
O filho pródigo, quando no seio da família, estava na mesma situação que a atual de seu irmão: não tinha conhecimento do esplendor de sua vida. Ao voltar, em contraste com a miséria que sentiu longe de casa, sentiu-se na maior das festas.
Eu acho que somente quem viveu o mundo terá o bezerro cevado. Terá agregado mais uma dimensão, mais uma vivência à sua totalidade, e conhecerá melhor a sua própria riqueza. Para nossa sorte, já estamos no mundo e não temos opção a não ser vivê-lo, muito embora haja muitos irmãos mais velhos por aí.
Tinha-se perdido, e achou-se
E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;
Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.
Jesus de Lucas 15.31-32
O filho mais velho já era proprietário de todo o reino, só não sabia.
O pai diz: o bezerro esteve sempre aí, não o mataste porque não quis, agora já o sabes, não reclames mais.
Como estamos nos tornando mais conscientes e sensíveis com relação à violência com os animais, essas palavras soam mais agressivas para a mente atual do que para a antiga. [Mas vegetarianos sabem que o bezerro é figurado ou certamente trata-se de um bezerro de grão de bico com tomate, legumes e ervilha, refogado na cebola e alho e temperado com azeite, hummm…]
Na vida física, no mundo, se não estamos conectados conosco mesmos estamos de certa forma mortos, perdidos, pobres.
De volta a nosso próprio ser, nos reencontramos, somos revividos, prontos para sermos reentronados no comando ou percepção da dimensão de nossa própria existência.
Estamos em casa.
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