O xamã peruano Don Emilio Andrade Gómez disse a Luis Eduardo Luna (O uso ritual da Ayahuasca, p. 181) que a ayahuasca era um “doutor”, uma planta mestra. Algo parecido com o que o disse o xamã Don Apolinar Yacanamijoy, na Amazônia colombiana. E com o que dizem tantos outros, se não todos, xamãs, curandeiros, vegetalistas, caboclos seringueiros, mestres do contato com o chá, bem como demais conhecedores rurais e urbanos da bebida. Para os nativos, algumas plantas e vegetais, como as da Ayahuasca, possuem espíritos sábios capazes de ensinar as pessoas que os procuram. (Luis Eduardo Luna, O uso ritual da Ayahuasca, p. 183)
Marajá Sahabji relata a Paul Brunton (cf. livro A Índia Secreta, de 1934 deste) que “um guia é absolutamente indispensável; contar apenas consigo no plano transcendente é uma coisa praticamente impossível”.
Essa declaração é pertinente, feita em uma época intermediária entre a utilização ancestral de bebidas rituais para o acesso a níveis mais elevados de consciência ou, melhor dizendo, a níveis menos nebulosos de percepção de seu próprio Ser, como era o caso da bebida ritual da planta soma, na Índia, e a nossa época atual, de expansão da informação, que veio a resgatar bebidas ritualísticas antigas e medicinais, como é o caso do chá Ayahuasca.
Esse chá pode servir como um guia, de fato ele te leva a planos e perspectivas diferentes e transcendentes ao plano físico. Mas a Ayahuasca não é água ou suco de mamão. Ela possui uma química e uma energia potentes, possui contraindicações, te dá acesso a energias e entidades antes totalmente ignoradas, e pode fazer muito mais.
Por isso para buscadores espirituais sinceros, para aqueles que buscam o autoconhecimento, mas sentem que estão presos a alguma situação, a Ayahuasca pode ajudar, mas também para ela é imprescindível muita informação e o contato com pessoas experientes no uso do chá, ou seja, de guias que te levem adequadamente à guia Ayahuasca, geralmente encontrados em instituições espiritualistas ou religiosas sérias que fazem o uso do chá em seus rituais.
O professor é o nosso próprio coração
Provérbio Cheyenne
Sim, você encontrará muita coisa do nosso bem conhecido domínio mental, a saber, mais ilusão e às vezes mais apego aos caminhos do que ao fim (o Ser), em muitas, senão todas, instituições, muito porque até Se conhecer realmente, você e todos precisamos de nossos símbolos, nomes e ferramentas. Então, você precisa ter autorresponsabilidade: assuma o controle de sua vida, das sua ações e tome conta de sua lucidez. Seja sensível, busque sua intuição, que é a manifestação do seu Ser.
Lembre-se, a Ayahuasca é um guia, um mestre, como outros também o são, mas o objetivo, o fim, é o seu Ser. Valorize coisas e pessoas que fazem reverberar o seu Ser, e releve ou ignore aquelas que parecem levar a algum tipo de idolatria ou a mais conceitos mentais inócuos, inúteis para o seu objetivo. Um remédio para isso é sempre manter a mente aberta e buscar informações, principalmente em livros, sobre linhas de pensamentos diferentes daquela aonde você se inseriu. A obra de Osho é uma boa pedida para essa e muitas outras situações.
Faça perguntas do seu coração, e você vai receber a resposta do coração
Provérbio Omaha
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