Bhakti Yoga – O caminho da devoção

Bhakti é uma verdadeira e sincera busca pelo Senhor, uma busca que começa, continua e termina no amor. Um único momento da loucura desse extremo amor a Deus nos dá liberdade eterna.
Adorar a Deus, e somente a Deus, é bhakti [yoga].

Swami Vivekananda – Bhakti Yoga
Bhakti Yoga - O caminho do amor

Em bhakti, toda emoção é direcionada para Deus, o Bem-Amado. Você usa inclusive os amores e paixões menores para transmutá-los em amor por Deus.

“Ou (este samadhi é alcançado) por devoção [ou aspiração] a Ishvara.”

Yoga Sutras de Patanjali 1.23

Conforme diz Vivekananda sobre o Narada-bhakti-sutra, Bhakti é intenso amor a Deus; quando um homem o alcança, ele ama todos, não odeia ninguém; torna-se satisfeito para sempre.

Ao contrário do que ocorre nos outros yogas, para o bhakta (devoto) toda a teoria é quase inútil; ela serve somente para fortalecer a vontade, já que o instrumento de realização é o próprio amor que sente por Deus. Por isso, mesmo sem saber nada sobre como os sábios da Índia antiga perceberam, descreveram e ensinara Bhakti Yoga, por esse caminho se iluminaram tantas almas de tantas religiões diferentes.

Muitas vezes um bhakta será também um karma iogue. No primeiro caso, ele age por amor a Deus. No segundo, ele entrega os frutos das ações a Deus e age adorando-o através do serviço a outros seres feito de maneira desprendida, abnegada ou altruísta. Temos exemplos perfeitos de bhakti e karma iogues em Chico Xavier, Divaldo Franco, Francisco de Assis e Paramahansa Yogananda e sobretudo no mestre e precursor de todos eles, Jesus.

“Enquanto medito em Ti, faça com que esse amor intenso, igual o amor que o ignorante tem pelos efêmeros objetos dos sentidos, não desapareça do meu coração.”

Vishnu Purana, cap I, verso 20.19 – tradução e interpretação de Swami Vivekananda

Adoração ao relativo e ao Absoluto

Os aspectos simbólicos das religiões ajudam no estágio preparatório de Bhakti Yoga, aonde podemos adorar uma representação divina como Jesus, Krishna ou mesmo o próprio Deus antropomorfizado (quando damos características humanas a algo que não é humano). Como ainda não conseguimos com nossa mente relativa conceber o Absoluto, estes aspectos são úteis. Desde que na verdade se adore a Deus através dessas manifestações Dele. É o caso quando saudamos alguém com Namastê, em que estamos reconhecendo Deus em outro ser.

Posteriormente, nas formas supremas de devoção, o bhakta não mais necessita conceber o Absoluto relativamente, já que a devoção contínua, a qual o próprio Senhor retroalimenta, aproxima o bhakta de Deus, a Alma do Espírito. Até que um dia… Yoga!

“Àqueles que estão constantemente devotados a Me servir com amor, Eu dou a compreensão pela qual eles podem vir a Mim.”

Bhagavad Gita 10.10

Só então, nesse estágio, as formas exteriores de religião podem ser descartadas, o bhakta não precisa mais de templos e igrejas, pois encontra Deus dentro e fora deles, e em seu próprio Ser: o bhakta alcançou o Espírito da religião. E ele consegue enxergar em todas as religiões verdadeiras caminhos para Deus e formas de adoração a Deus, e em todos os homens manifestações divinas.

Amor supremo

“O homem cujo coração nunca acalenta sequer o pensamento de fazer mal a alguém, que se regojiza com a prosperidade mesmo de seu pior inimigo, esse homem é o bhakta, o iogue, o Guru de todos, ainda que se alimente de carne de porco todos os dias de sua vida.”

Swami Vivekananda – Bhakti Yoga

Assim, quem está no caminho do Bhakti Yoga não deve odiar e nem mesmo criticar fundadores de diversas outras religiões, esquivando-se inclusive de se ouvir falar mal deles, assim como de qualquer outro ser. É necessário intenso e irrestrito amor para ser um bhakti iogue perfeito. É necessário que se veja e se ame Deus em tudo, inclusive no inimigo, para ser um bhakti iogue perfeito. Se você possui verdadeira empatia, está avançando nesse caminho.

Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Jesus, em Mateus 22:36-39, citando Deuteronômio 6:5

Compreender com a alma essa passagem de Jesus é compreender todo o Bhakti Yoga.

Práticas e Tópicos

🌸 O bhakti iogue deve ser perfeito em ahimsa.
🌸 Amar é aceitar
🌸 Compaixão – Daya
🌸 Renúncia do bhakti iogue
🌸 Desejo humano por união (sociedade, sexo, etc.)
🌸 “Seja bom, e o mal desaparecerá para você”
🌸 Priti: o deleite em Deus
🌸 Viraha: a falta de Deus
🌸 “Pense Nele, pense só Nele e renuncie a toda palavra vã.”Mundaka Upanishad, 2º mundaka, canto II.5. (Tradução/Interpretação de Swami Vivekananda)
🌸 Tudo torna-se sagrado para o devoto
🌸 O amor não conhece barganha
🌸 O amor não conhece o medo
🌸 As formas de amor ao divino
🌸 Três categorias de bhaktas, por Ramakrishna
🌸 Bhakti Yoga – Classes de adoração, por Sivananda
🌸 A iluminação em Bhakti Yoga
🌸 Prasada – ritual alimentar

Meditações de Bhakti Yoga

💗 Meditação do amor demais
💗 Seleção de músicas de amor, inspirativas e espirituais
💗 O Cântico de Metta – Imee Ooi

Leitura Recomendada

Swami Vivekananda – Bhakti Yoga

Bhakti Yoga – o caminho do amor – Swami Vivekananda
Com sua inigualável eloquência, Vivekananda expõe de maneira clara e simples os fundamentos do Bhakti Yoga.

Esta página é realmente toda inspirada nesta obra.

Narada Bhakti-Sutras: Os Segredos do Amor Transcendental
Narada (Nārada) foi um grande sábio e expoente do caminho da devoção (bhakti yoga).
Download / Leitura online.

A Yoga do Bhagavad Gita

Bhagavad Gita

O capítulo 12 da obra é denominado Bhakti Yoga.

“Aquele que está livre de ódio a todas as criaturas, é amigável e benevolente para com todos, é desprovido de possessividade e da consciência do “eu”, é equânime no sofrimento e na alegria, tudo perdoa e está sempre contente, que pratica yoga com regularidade, buscando o tempo todo conhecer o Eu e unir-se ao Espírito por meio do yoga, que é dotado de firme determinação, com a mente e o discernimento entregues a Mim, esse é Meu devoto e Me é querido.”
Bhagavad Gita Capítulo 12 (Bhakti Yoga) versos 13 e 14. Tradução de Paramahansa Yogananda.

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